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Inovação aberta e fechada, qual funciona melhor na sua empresa?

Inovar normalmente é uma resposta inteligente e eficiente para praticamente todos os desafios das grandes corporações. Inovação em processos, proposta de valor, comunicação e posicionamento, novos mercados, dentre outros. Mas é fundamental identificar os diferentes escopos de inovação, seja aberto ou fechado.

A inovação aberta vem se tornando um fenômeno mundial onde as grandes empresas compartilham suas ideias e desafios com o mercado e trabalham de forma conjunta com universidades, startups e potenciais clientes através de redes abertas e transparentes. Esse movimento se intensificou e foi gradualmente ampliado graças ao acesso à ferramentas de colaboração online e das mídias sociais.

Com as pessoas cada vez mais conectadas, maior acesso à informação, tecnologia e mercado, se tornou claro que o modelo tradicional de inovação fechada precisava ser renovado.

Não é mais uma realidade acreditar que as maiores inovações e as melhores ideias serão concebidas apenas dentro das grandes empresas, ao contrário. A busca por eficiencia, processos estruturados e credibilidade no mercado, normalmente se torna um grande impeditivo para unidades criativas, flexíveis e de alto grau de risco em suas inovações.

Inovar não é mais apenas obter uma patente. É a capacidade de identificar uma oportunidade, montar um time complementar e executar rápido.

Também perceba que o acesso à informação e a tecnologia, criou um movimento onde os melhores profissionais do mercado se sentem seguros em abandonar suas carreiras corporativas, com todo seu conhecimento e ideias, e começarem suas próprias startups de forma independente.

Mesmo que as grandes organizações estejam abrindo suas portas para influências externas, isso não significa que todas as estratégicas de inovação fechada devem ser descartadas.

A capacidade de conectar seus melhores e mais experientes profissionais com feedbacks e insights do mercado pode contribuir muito em suas iniciativas de inovação tradicionais.

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Inovação Fechada (tradicional)

Até então, grande parte das estratégias tradicionais de inovação operavam da mesma maneira. A inovação é um movimento prioritariamente de dentro da corporação para fora (mercado) e normalmente elaborada e desenvolvida dentro de seus próprios escritórios.

Havia uma forte convicção de que as empresas deveriam controlar de forma absoluta a criação e gestão de ideias - e, portanto, a totalidade de sua propriedade intelectual.

Existem 5 fatores comuns que resultam na inovação fechada:

  1. As pessoais mais experientes e preparadas do mercado trabalham para nós
  2. Para lucrar com um produto, devemos descobri-lo, desenvolvê-lo e lança-lo nós mesmos
  3. Se descobrirmos uma oportunidade, temos que ser o primeiro no mercado
  4. Se criarmos as melhores ideias da indústria, vamos vencer
  5. Devemos sempre controlar a propriedade intelectual, para que os nossos concorrentes não se beneficiem das nossas ideias

Muitas vezes, os paradigmas de inovação fechada são usados de forma inflexível com a síndrome do:

"Não foi inventado aqui"

E também é relacionado muitas vezes por gestores que propagam que:

"Tudo que vem de fora é suspeito e não confiável"

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Inovação aberta

Se analisarmos todas as diferenças entre inovação fechada e aberta, percebemos uma diferença básica que normalmente é o grande diferencial na mentalidade dos gestores de inovação e do paradigma como um todo.

Na inovação fechada normalmente os agentes externos são envolvidos prioritariamente para a aquisição de ideias, tecnologias e produtos, com o objetivo de internalizar e absorver o conhecimento e sua propriedade intelectual.

Já na inovação aberta os agentes externos (universidades, startups e potenciais clientes) são parte fundamental na estratégia, não apenas para adquirir seus bens, mas para co-criar novas soluções, podendo até mesmo compartilhar a propriedade intelectual do produto final.

Em muitos casos a empresa se abstém de qualquer participação da propriedade intelectual em si, mas utiliza esse agente externo como parceiro estratégico

Existem vários métodos para que a empresa possa identificar esses parceiros externos de forma eficiente, e alguns deles são:

  1. Desafios abertos de negócio

    Nesse método a empresa faz um trabalho prévio de autoconhecimento e mapeamento dos principais desafios à serem solucionados internamente.

    Logo em seguida é lançado no mercado um portal online onde startups e empresas inovadoras apliquem seus produtos e ideias que possam de alguma forma solucionar esses problemas.
  1. Sessão pública de brainstorming

    Essa estratégia é principalmente voltada para situações onde a empresa gostaria de ajuda para mapear desafios e oportunidades que possam contribuir nas próximas definições estratégicas.

    Não necessariamente ela já está no momento de internalizar algum projeto, mas ela tem o desejo de compreender melhor a visão do mercado em relação às suas movimentações.

    Nesse caso as aplicações dos agentes externos são normalmente voltadas à ideias e são recompensadas por prêmios ou recompensas aos mais bem avaliados.
  1. Escritório compartilhado - Lab de Inovação

    Outras empresas adotam uma postura mais convidativa, abrindo um espaço físico, dentro ou acomplado, em seu próprio escritório para que startups e empresas inovadoras possam trabalhar fisicamente e compartilhar suas inovações, ideias e produtos com a corporação.

    Esses laboratórios de inovação normalmente são muito dinâmicos, estimulam uma cultura criativa com os funcionários da empresa e normalmente são utilizados de forma muito abrangente como estratégia de marketing e comunicação.

De forma semelhante aos paradigmas de inovação fechada descritos acima, também é possível mapearmos os 5 princípios da inovação aberta:

  1. Nem todas as pessoas inteligentes trabalham para nós, então devemos encontrar e aproveitar o conhecimento e a experiência de pessoas brilhantes fora de nossa empresa
  2. A visão externa cria um valor significativo, e a opinião interna é necessária para contribuir e colaborar com parte desse valor
  3. Não é fundamental que a ideia seja nossa para lucrar com ela
  4. Se fizermos o melhor uso de ideias internas e externas, vamos vencer
  5. Devemos lucrar com o uso da nossa propriedade intelectual por parte de outras empresas

Em suma, a inovação aberta é o método mais atualizado e que normalmente se adapta melhor aos desafios que o mercado propõe às empresas tradicionais.

De qualquer forma, o recomendado é sempre correlacionar a teoria com a prática e personalizar os métodos de acordo com seus desafios e setor.

Maike Robert

Maike Robert

I make digital products. Head de Produto e Co-Founder do DisruptBox. No mercado digital há 17 anos, é especialista em desenvolvimento e gestão de produtos digitais.

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