Modelo linear de inovação ou modelo interativo? Como aplicar com startups?

A aplicação de metodologias de inovação dentro de grandes corporações não é algo que surgiu a pouco tempo, pelo contrário. Esse movimento já é estudado e operacionalizado há mais de 50 anos e na literatura são divididos principalmente entre métodos lineares e interativos.

É recente o movimento das grandes e tradicionais corporações de se conectar com startups de forma estruturada e aberta no Brasil, em grande parte seguindo métodos de gestão Ágil, Design Thinking e Lean Startup.

O que é ótimo!

Mas também é importante, principalmente para desenhar uma estratégia eficaz de longo prazo, compreender como essas novas tecnologias se conectam com a literatura e tudo que já vinha sendo feito há muitos anos em todo o mundo.

Acreditamos que a sinergia entre o tradicional e o novo e uma compreensão abrangente de todo o cenário é que vão fazer com que seus projetos sejam um sucesso independentemente do setor ou objetivo a ser atingido.

Modelo Linear de Inovação

O modelo linear de inovação sugere que as mudanças técnicas ocorram de forma linear, desde o momento de ideação, passando pela etapa de desenvolvimento e sustentação da ideia até o lançamento do resultado final.

Esse método prioriza a pesquisa, a elaboração de um completo e criterioso planejamento prévio como base da inovação e minimiza o papel dos fatores externos que possam influenciar as etapas de desenvolvimento do produto ou serviço.

Esse método foi muito utilizado em um ambiente onde o desenvolvimento de projetos em sistema de cascata era uma prática padrão nas grandes empresas.

O modelo de gestão de projetos em cascata (Waterfall Model) foi proposto pelo ciencista da computação Winston Walker Royce em 1970 e foi amplamente adotado por gestores de projetos e até mesmo por engenheiros de softwares.

O problema desse método é que ele não contempla ciclos de feedbacks contínuos, mudanças de rota estratégicas, interações com clientes e hipóteses que não são valiadas. Ou seja, acaba se tornando um método com alto risco de falha, inflexível e não-interativo.

É relativamente fácil identificar o motivo do modelo linear ser questionado e abandonado rapidamente pelas empresas. No contexto atual de rápidas mudanças e flexibilidade, foi necessário criar uma nova forma de inovar levando principalmente em consideração que o ciclo de execução, validação e aprendizagem, e que este tem um papel fundamental no sucesso do projeto.

Já o modelo interativo de inovação vai contra o modelo linear, já que ressalta o papel central do design, de sucessivos feedbacks do mercado e constantes validações e entregas contínuas.

Conhecendo o Modelo Interativo

Antes de tudo, é necessário que a empresa permita e elabore uma estrutura que permita que o modelo interativo possa acontecer. Pois este sugere que a inovação só ocorre quando combinamos três funções organizacionais: execução, medição e aprendizagem.

O método de inovação interativo acredita que o amplo conhecimento dessas três funções é vital para que a inovação funcione perfeitamente.

Esse método, também conhecido como modelo de inovação espiral, foi proposto pelo engenheiro de software Barry Boehm em 1988 e que desde então vem sendo amplamente aplicado e ganhando adeptos de metodologias que não tiveram tanto sucesso no longo prazo.

Cada fase inicia com um objetivo esperado e termina como uma revisão pelo cliente do progresso e assim por diante.

Perceba que existem três principais diferenças entre o modelo linear e o modelo interativo:

  1. Ciclos de Interação x Processo Linear



    Perceba na imagem acima que todas as etapas do projeto acontecem diversas vezes. Quase como se dividíssemos o modelo de inovação linear em vários pequenos projetos, dos quais, cada um possui um objetivo pequeno e claro, e um entregável pronto para que o cliente possa avaliar e retroalimentar o próximo projeto com feedbacks.
  1. Ciclos cada vez mais rápidos



    A redução da distância entre a equipe de desenvolvimento e os potenciais clientes, faz com que o time absorva o conhecimento prático daquele projeto cada vez mais ao longo do projeto e a comunicação passe a ser cada vez mais acertiva e eficiente. O método interativo promote uma troca de experiências natural e uma resposta mais rápida às mudanças de trajeto.
  1. Comunicação e Risco



    Um dos principais problemas do método linear é o risco de, quando o projeto for concluído, não entregar todo o valor como havia sido planejado no começo, tanto por falhas de comunicação, quanto por mudanças no próprio cenário externo. O método interativo, devido aos seus ciclos curtos e alto grau de comunicação entre todas as partes, impede que isso aconteça e acelera tomada de decisões mesmo no meio do projeto.

Inovando com Startups

Métodos de inovação aberta ou corporate ventures.

Utilizar os métodos de inovação aberta para se conectar com empresas inovadoras com o objetivo de gerar novos projetos, normalmente é uma estratégia vencedora.

Essas empresas além de serem muito mais rápidas e desburocratizadas que as grandes e tradicionais empresas, elas vêm com uma cultura voltada à criatividade, inovação, tecnologia e respostas rápidas a mudanças.

Ao trabalhar com startups, lembre-se: a inovação interativa pode ser seu um grando aliado para reduzir riscos e tornar sua unidade de inovação muito mais eficiente e rápida.